Garotinho 'ajuda' garis na coleta de lixo em BH e viraliza na internet

Desde bebê, Caio se encanta com 'amigões' da limpeza urbana — Foto: Raquel Silva/Arquivo Pessoal

As terças, quintas e sábados são especiais na casa da autônoma Raquel Silva, de 31 anos, moradora da Região Noroeste de Belo Horizonte. Nesses dias, por volta das 9h15, o filho dela, o pequeno Caio, de 2 anos e 9 meses, tem sempre um encontro marcado com seus “amigões”: os garis da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU). Em um vídeo que viralizou nas redes sociais, o garotinho que esbanja fofura mostra toda sua admiração pela turma da coleta da capital. Uniformizado, ele até ajuda no trabalho.

“Ele normalmente escuta o caminhão primeiro que eu e começa a gritar: ‘mamãe, olha o amigão’. E tenho que parar o que estou fazendo. Se tem panela no fogão, tem que desligar”, conta Raquel.

A autônoma diz que a paixão do filho pelos garis começou antes mesmo de ele aprender as primeiras palavras. Segundo ela, o barulho do caminhão da SLU desperta a atenção de Caio desde bebê. “Os rapazes passavam, faziam festa, chamavam ele de amigão. Ele nem falava ainda, mas interagia”, relembra.

De acordo com Raquel, ao longo do tempo, a equipe da coleta mudou, mas o encanto de Caio pelos garis, não. A admiração do garotinho é tanta que, ao ver uma reportagem em que outras crianças apareciam com o uniforme laranja, não teve nem dúvida: quis na hora uma “roupa do amigão” para ele também.

A avó, que é costureira, foi quem deu forma ao pedido de Caio, que não sossegou enquanto não ganhou o uniforme. No último dia (22), antes de o caminhão da coleta passar, Raquel vestiu o filho com a blusa e bermuda alaranjadas e resolveu filmar o encontro de Caio com os garis para ter uma lembrança dessa amizade.

“Depois que eles foram embora, ele falou assim: ‘viu, mamãe? O Caio trabalhou. Não aguentei e comecei a chorar”, conta.

Um dos garis que atendem a rua de Caio é Thiago Augusto da Silva Vieira, de 31 anos, que trabalha na coleta de lixo há cinco. “É a nossa alegria passar lá e ele estrar aguardando a gente numa felicidade que só Deus sabe”, diz.

Ele conta que a mãe do garotinho havia dito à equipe que faria uma surpresa, mas ele e os colegas nem imaginavam o que poderia ser. “É o reconhecimento do nosso serviço. Ver que eles estão felizes, é a nossa felicidade”, afirma.

No mesmo dia, Raquel postou o vídeo em seu perfil em uma rede social, mas nem imaginava que o registro da “ajuda” do filho à equipe de coleta iria se espalhar pelos quatro cantos do país.

Depois que o vídeo viralizou, a autônoma diz que passou a receber mensagens, sempre positivas, de pessoas de diversos estados a ponto de seu celular chegar a travar. “Eu até cheguei a pedir desculpas para os rapazes. Tomou uma proporção que eu não consegui barrar. Eles ficam tímidos, eu acho”, comenta. Até a noite desta terça-feira (4), a publicação havia sido compartilhada por mais de 98 mil pessoas e visualizada mais de 3 milhões de vezes.

“Com certeza o mais importante que eu acho disso tudo, eu sempre estou falando isso, é que todo mundo tem que olhar para os rapazes da coleta como o Caio olha, com carinho e respeito. O vídeo também é para mostrar que os rapazes merecem reconhecimento, eles trabalham duro, debaixo de chuva e de sol”, diz Raquel.

Fonte: G1 - Veja o vídeo AQUI

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