Clubes do Amazonas adotam estratégias para evitar erros nas contratações
Vídeos, currículos, internet, olheiros, indicações de amigos e até dos próprios jogadores. Na hora de contratar os jogadores que disputam o Campeonato Amazonense, dirigentes e técnicos utilizam os recursos disponíveis para diminuir a margem de erro nas escolhas para o clube.
No Estadual do ano passado, o Penarol, de Itacoatiara (a 176 quilômetros a leste de Manaus) terminou a competição na 5ª colocação. O desempenho do Leão Azul da Velha Serpa, que era comandado pelo atual técnico do São Raimundo, Eduardo Clara, marcava o primeiro ano de Patrícia Serudo na presidência do clube do interior. Para a temporada atual, ela decidiu mudar a estratégia.
“No meu primeiro ano, em 2014, deixei o técnico e o preparador físico indicarem 50% dos jogadores. Este ano, descentralizei um pouco, mas nunca contrato sem consultar a diretoria e o próprio treinador”, explicou Serudo, que foi responsável em escolher a maioria dos reforços para o técnico Marquinhos Pitter. “Deste ano, especificamente, tem uma base do elenco de 2014 (seis jogadores) e outros jogadores foram indicações minhas, vindos de fora do Estado”, disse.
Os únicos jogadores vindos por indicação de Pitter foram o zagueiro Fernando Peru e o lateral-esquerdo Guilherme. “Outras formas de sugestões de amigos é pela internet. Acompanho várias competições, como Paraibano, Tocantinense e Paraense, este último é bom porque os jogadores se adaptam mais fácil ao nosso estilo de atuar. Mas, pessoalmente, só viajei para João Pessoa, na Paraíba, para ver alguns reforços. Quem me interessa e não posso ver (in loco) peço para empresários e amigos acompanharem”, revelou a dirigente, ao ressaltar que nenhum dos 25 jogadores contratados foram demitidos no Estadual.
No Princesa do Solimões, de Manacapuru (a 68 quilômetros a oeste da capital), a escolha dos reforços foi compartilhada e passou pelo crivo do técnico Zé Marco. “Como muitos jogadores nossos já haviam trabalhado com o treinador, foi mais fácil fechar o elenco. 90% dos 27 jogadores vieram por indicação do Zé Marco e conhecimento nosso. É muito arriscado trazer reforços por vídeos, porque lá tem apenas os melhores lances do jogador, quando o atleta está 100% regular. Neste caso, sempre precisamos descontar porque não dá para ser bom sempre”, disse o diretor de futebol do Tubarão, Raphael Maddy.
A cautela, no entanto, nem sempre norteou o Tubarão. “Nos outros anos, era mais complicado porque dependíamos de empresários e vídeos. Desta forma, de dez jogadores, apenas seis rendiam o prometido. Ainda temos que falar com os agentes dos jogadores na hora de contratar. A quantidade de empresários que aparece perto do início da pré-temporada é imensa e os jogadores que deram certo, por indicação, mantemos. Quem indicou e não rendeu, já cortamos da lista”, declarou Maddy, que aceita indicações dos próprios jogadores.
“Acontece, também, de atletas da nossa confiança indicarem ou darem as credenciais de quem estamos negociando. Por exemplo, o Mauryan (lateral-esquerdo) foi indicação do Amaral (lateral-direito) e o Léo Paraíba (atacante) que já conhecia o Carlinhos (atacante) disse que podia trazer que era bom”, comentou o dirigente.
Democracia e ‘olheiros’ para formar times
A democracia do Princesa também é adotada pela diretoria do Fast Clube. “Conversamos com o técnico e jogadores que conhecemos. Os próprios atletas indicam, sendo que recebemos muitos vídeos (de jogadores), a partir de outubro. A caixa de e-mails fica cheia, mas não contratamos nesse método. Preferimos colher informações, porque trouxemos muita contratação que não era o esperado. Neste ano, um zagueiro não rendeu pelo condicionamento técnico”, afirmou o vice-presidente do Rolo Compressor, Cláudio Nobre, que criticou a falta de comprometimento com o clube. “Muitos atletas não veem apenas pensando em jogar, mas só ganhar um dinheiro e ir embora”.
Dono de uma campanha histórica no Amazonense, o Nacional costuma trabalhar com ‘observadores’ para montar um grupo competitivo. Na pré-temporada, iniciada em dezembro do ano passado, o Leão da Vila ainda era comandado pelo técnico Sinomar Naves. A diretoria do clube escolhe, em comum acordo, após montar um dossiê sobre o atleta pretendido.
“Alguns jogadores acompanhamos por observadores, por jogos e vídeos. Quando nos interessa, consultamos os últimos treinadores daquele jogador para conhecer melhor o perfil. Um vídeo do reforço não é uma fonte confiável, mas como a maioria dos campeonatos de hoje é televisionada, observamos melhor e pegamos indicações”, explicou o diretor de futebol do Naça, Cláudio Silva.
Desde que o técnico Aderbal Lana assumiu o Nacional, na 4ª rodada do Estadual, no lugar do demitido Naves, o time azulino ganhou mais quatro reforços: o lateral-esquerdo Thyago Fernandes, o meia Charles e os atacantes Jonatha Fumaça e Júnior Paraíbá. Charles e Paraíba foram indicações do ex-atacante do São Raimundo e empresário Marcelo Araxá, ‘olheiro’ de maior confiança de Lana.
Fonte: d24am.com
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